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Thiago Pampolha critica Cláudio Castro: “pode me exonerar da secretaria, mas não do cargo de vice-governador”

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A relação entre o governador Cláudio Castro (PL) e do vice-governador Thiago Pampolha (MDB) não é das melhores; após ser exonerado da função de secretário de Estado de Ambiente e Sustentabilidade (SEAS). Em entrevista ao jornal ‘O Globo’, Pampolha disse receber uma “punição política” por não seguir a orientação de Castro ao mudar de partido.

Pampolha se elegeu vice-governador na chapa de Castro enquanto filiado ao União Brasil. Recentemente, escolheu seguir a carreira política no MDB – partido que também faz parte da base governista. Segundo o vice-governador, a troca já estava certa, mas o timing era ponto de discordância entre Castro e Pampolha.

Na entrevista, Pampolha afirmou que Castro queria que a troca de partido acontecesse apenas apenas esse ano, já que um período eleitoral está perto de acontecer. Sem limitações legais, o vice-governador decidiu ingressar no MDB na convenção partidária que aconteceu no mês passado, o que gerou quase dois meses de atrito na mais alta cúpula do Palácio Guanabara.

A mudança fora do momento desejado por Castro fez com que Pampolha passasse a ser ignorado pelo chefe do Executivo fluminense. “Do momento em que conversamos isso até a convenção, ele interrompeu todo e qualquer diálogo comigo a ponto de não atender minhas ligações, de não responder mensagem. Simplesmente não atendia e dizia para todos que não queria falar comigo”, revelou o vice-governador.

Segundo Pampolha, o governador Cláudio Castro ainda tentou constranger outros quadros partidários. “Já que ele tinha feito um pedido, o razoável seria conversar mais. Paralelamente a isso, começou a ligar para várias pessoas do partido para constrangê-las, falando para não me aceitar agora, para deixar para depois da eleição”, conta.

Pampolha e Castro, segundo ‘O Globo’, teriam conversado na última segunda (04), um dia antes da exoneração do vice-governador da SEAS. Durante a conversa, Castro sugeriu que Pampolha reivindicasse uma das pastas ao qual o MDB tem direito no Governo do Estado: Transportes, atualmente ocupada por Washington Reis, ou Esporte e Lazer, comandada por Rafael Picciani.

“A demissão foi, então, uma punição política, porque ele achava que eu deveria fazer o que ele me orientou. Encarei como demissão, um cartão vermelho e vou ficar sem ser secretário. Ele tomou a decisão política de me chutar da secretaria. Não me sinto em condições de ser secretário dele. Minha condição como vice é uma; de secretário, é outra. Não me sinto confortável hoje de estar em submissão como secretário”, afirmou Thiago Pampolha.

O vice-governador lamentou o racha, disse que o Governo está tomando rumos que ele discorda, mas que seguirá na função para qual foi eleito. “Acho que foi um equívoco dele, um erro, mas sigo à disposição da população. Ele pode até me exonerar da secretaria, mas não do cargo de vice-governador”, concluiu.

Discurso mais brando – Na manhã desta quarta (06), o vice-governador concedeu nova entrevista, dessa vez à rádio ‘CBN’. Nela, Pampolha volta a falar em retaliação política.

“Sem dúvida houve uma retaliação política e, claro, que houve outras questões. O governador também pontuou chateação em relação a questão das chuvas na Baixada Fluminense. Ele alegou que foi feito um trabalho de superexposição”, acredita Thiago Pampolha.

Pampolha, no entanto, disse que seguirá ao lado de Cláudio Castro. “Há uma injustiça nesta exoneração, mas nós encaramos isso com muita tranquilidade. Como falei, estou de cabeça erguida, vamos seguir trabalhando e à disposição da sociedade (…), mas na abrangência do Estado, nos mais diversos setores. Toda vez que o o governo, o governador ou a população, a sociedade do melhor em geral, precisar do vice-governador, não faltaremos à população”, disse.

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