Alvo da operação Plastografos II, deflagrada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro nesta quarta (28), o vereador Lorram Gomes da Silveira, de Armação dos Búzios, é considerado foragido. Contra ele, há mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão.
De acordo com o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ), Lorram é acusado de ter promovido, constituído, financiado e integrado organização criminosa dedicada à prática dos delitos de corrupção passiva, uso de documento falso e estelionato.
Atualmente vereador, Lorram teria praticado os crimes entre novembro de 2018 e maio de 2019, quando foi chefe de Gabinete do então prefeito André Granado. As investigações do MPRJ apontam que houve a instalação de um sistema de “venda de alvarás” envolvendo servidores públicos e despachantes atuantes em Búzios.
Testemunhas ouvidas pelo Ministério Público apontam que “era praticamente impossível a emissão de alvará em Búzios sem o pagamento de vantagem indevida a servidores”. Durante a investigação, o MPRJ apontou que o atual parlamentar da Câmara de Búzios agia como líder da organização criminosa.
Em um primeiro momento, o grupo atuava facilitando e agilizando a expedição de alvarás originais, mediante o pagamento de vantagem indevida. Posteriormente, o grupo passou a falsificar os alvarás negociados.
Cobrança – Segundo o MPRJ, o grupo cobrava dos empresários, em média, R$ 5 mil além das taxas legais. Grande parte do valor era destinada à Lorram, para que ‘agilizasse a burocracia’ e emitisse os documentos de forma célere e com inobservância da ordem cronológica de conclusão.
Além da prisão, o MPRJ também pediu o bloqueio de bens de Lorram Gomes da Silveira, no valor de cerca de R$ 9 milhões. A medida foi deferida pelo Juízo da 1° Vara da Comarca de Armação dos Búzios. Somadas, as penas previstas ultrapassam dez anos de reclusão.