spot_imgspot_img

Leia a nossa última edição #10

spot_img

Instituto Vital Brazil monitora infestação de escorpião em Búzios; especialista comenta o caso

spot_imgspot_img

Mais lidas

- Advertisement -

Búzios passa por uma infestação de escorpião-amarelo, de nome científico Tityus serrulatus, uma das espécies mais perigosas. Especialistas do Instituto Vital Brazil (IVB), que fica em Niterói, entraram no caso e estiveram na cidade da Costa do Sol no início desse mês. Em apenas algumas horas foram capturados 200 animais, que foram levados para a instituição.

Um levantamento do IVB destacou o aumento de casos de acidentes com aranhas e escorpiões em todo o estado do Rio de Janeiro, reforçando a importância de medidas preventivas, como manter ambientes limpos e adotar cuidados ao usar roupas e sapatos. A prevenção é fundamental para evitar acidentes com artrópodes peçonhentos.

A Prefeitura de Búzios usou as redes sociais para divulgar uma nota com dicas para ajudar a população a entrar em contato com as autoridades em caso de necessidades.

O ERREJOTA NOTÍCIAS conversou, com exclusividade, com Cláudio Maurício Vieira de Souza, biólogo do Laboratório de Artrópodos do IVB.

ERREJOTA NOTÍCIAS (EN) – Podemos usar a palavra infestação para o que está acontecendo em Búzios?
CLÁUDIO SOUZA (CS) – Sim. Infestação é o termo técnico que usamos para quando a gente tem um agente que não deveria estar em determinado local. Mas precisamos lembrar que, na região é natural o aparecimento desses animais. Na verdade o Brasil todo é recorrente desse animal. No Rio de Janeiro temos torno de 10 espécies de escorpiões, mas essa em específico, é mais perigosa e estima uma preocupação.


EN – Como aconteceu essa ação de captura de 200 escorpiões no Centro?
CS – Estivemos no dia 01/02 no Centro de Búzios e em poucas horas pegamos cerca de 200 animais. Ele cria populações muito numerosas e muito rápido. É um número preocupante. Vamos continuar a colaboração com eles e a tendência é só melhorar.


EN – Como funciona o trabalho na cidade?
CS – O Estado do Rio dá atenção aos acidentes por animais peçonhentos há muitos anos. A Secretaria de Estado de Saúde tem uma parceria com o instituto para melhorar a vigilância desse setor. Essa parceria levou uma série de capacitações teóricas e práticas para os profissionais de saúde envolvidos nesse projeto. Os técnicos, na prática, aprendem ferramentas básicas e começam a identificar essas situações. Dentro desse contexto, em Búzios, estavam fazendo trabalho de observação de escorpiões desde 2019.


EN – Como é estimada essa melhora? Como é feito o controle?
CS – O Brasil é o terceiro país do mundo que mais registra acidente por escorpião com 200 mil por ano. Em segundo é o México com 300 mil e em primeiro a Índia com 1 milhão. O cuidado tem a mesma complexidade de controle do mosquito Aedes aegypti. No caso do escorpião temos que fazer um mapeamento, quais fatores de risco que levaram a infestação e aí sim começamos com propostas. Isso inclui prevenção cultural, correção ambiental e o terceiro que é o controle biológico.


EN – Como se faz esse controle biológico?
CS – Cada cidade tem seus programas, entre eles, o de preservação de animais que se alimentar, por exemplo, do escorpião como gambá, lagarto, coruja, gavião, saguis e serpentes. A última etapa de controle seria o uso, ou não, de inseticidas para controle. Existem produtos registrados que são usados por empresas privadas como ferramentas químicas e biológicas para controle do escorpião.


EN – Mas esse controle será realizado no município?
CS – Estamos dimensionando o tamanho do problema. Apesar da quantidade de animais não tivemos nenhum registro de acidente. Temos que ver qual a dimensão e tamanho real do problema, a distribuição do espaço e características, além de quais ferramentas disponíveis para aplicar ou não.


EN – A população tem medo e uma onda de pânico ganha as redes sociais. É motivo para esse alarde?
CS – O escorpião não ataca, ele se defende. Os acidentes com escorpiões têm em média 95% de grau leve. Ele pode entrar em contato com a pessoa e não picar ou injetar pouco veneno e até mesmo nenhum. É preciso manter a calma. Segundo passo é entender que convivemos com uma série de animais peçonhentos em várias regiões. Não é uma situação de apavoramento. As pessoas devem se proteger.


EN – O que fazer caso alguém encontre esse animal?
CS – Primeiro passo é jamais tentar capturar esse animal de maneira insegura. Se conseguir, com segurança, captura esse animal. Se não conseguir, tire uma foto. É importe para o órgão de vigilância ambiental do município. E terceiro e mais importante, em caso de picada ou suspeita de picada, levar a pessoa para avaliação médica imediatamente.

spot_imgspot_img
spot_imgspot_img

Últimas noticias

spot_imgspot_img