O comunicado da Azul Linhas Aéreas anunciando a suspensão dos voos que tenham origem ou destino em Macaé não repercutiu bem no trade turístico macaense. A medida foi uma surpresa para os operadores do turismo na cidade, que perderão a partir de junho uma forma de chegada de turistas ao município.
No comunicado, a Azul Linhas Aéreas disse que suspendeu os voos por conta das obras de ampliação e reforma da pista. Segundo a empresa, a operação das aeronaves estaria inviabilizada pelos próximos dois anos. A Zurich Airport Brasil, concessionária que administra o aeroporto, no entanto, não confirmou qual será o tempo de obra e se limitou em dizer que o prazo está “em análise”.
“Essa notícia pegou todos nós de surpresa ontem. A gente quer ter uma conversa com a Zurich para entender a situação. Estamos tentando alinhar as conversas com a concessionária e a Prefeitura. Precisamos de uma força-tarefa para entender o que está havendo e tentar, de alguma forma, uma reversão”, comentou o presidente do Macaé Convention & Visitors Bureau, Marcelo Merrel.
O presidente da associação de turismo criticou o prazo sem voos comerciais para a cidade. “Dois anos de paralisação é muito complicado por ser muito dilatado. Estamos retomando economicamente o turismo nesse pós-pandemia e o aeroporto é uma grande ferramenta para alavancar o turismo e a economia local”, avalia.
Na nota, a Zurich Airport Brasil informou que a construção da nova pista está sendo realizada “em cumprimento às melhorias de infraestrutura do Aeroporto de Macaé previstas no contrato de concessão” e que, durante a obra, “a pista atual precisará ser reduzida para garantir a segurança das operações e também por requisitos da construção”.
“É mais um retrocesso para o turismo da região. Já tivemos uma situação parecida na pandemia e isso prejudicou toda a região. É fácil prever que teremos um prejuízo para o turismo. A gente perde os voos de aviação civil que, para nós, é fundamental”, lamentou o presidente do Conselho de Desenvolvimento do Turismo da Região Costa do Sol, Marco Navega.
Vale lembrar que, recentemente, a Azul Linhas Aéreas anunciou que começou a ofertar voos para Paris, na França, e Lisboa, em Portugal, a partir do Aeroporto de Macaé. Com a paralisação das operações, esses voos também estão suspensos.
“Ainda não fizemos um estudo, mas no ano passado a linha entre Macaé e Campinas movimentou quase 3.600 passageiros em 30 dias. É um número bem relevante para a região. E suspendem justamente agora, na retomada, quando tudo está acontecendo. Perdemos voos do Rio e São Paulo, grandes centros emissores de turistas. Nossa preocupação maior é esse prazo de obra. 24 meses é um prejuízo enorme para todo mundo”, ressaltou Merrel.
Em nota, a Azul lamentou os transtornos aos clientes e afirmou que “espera que as adequações sejam feitas para que possa o quanto antes voltar a realizar seus voos nesta importante cidade do Rio de Janeiro”.
Já a Zurich Airport Brasil informou que “quando concluída, a nova pista abrirá possibilidades para que Macaé evolua como um polo econômico, aliando a vocação turística da Costa Fluminense a um aeroporto adequado para operação offshore e comercial”.