Nesta quarta (09) é comemorado o Dia da Hotelaria. Macaé, uma das principais cidades da Costa do Sol, tem a segunda maior rede hoteleira do estado do Rio. E para falar do setor, o ErreJota Notícias – Costa do Sol conversou com Isabel Tuñas Muniz, presidente do Macaé Convention & Visitors Bureau e diretora dos hotéis Royal Macaé, Royal Atlântica e Royal Urban, todos em Macaé.
2022 é um ano que mostra a recuperação da economia do turismo. Todos os locais, impreterivelmente, foram impactados, mas o setor hoteleiro na Capital Nacional da Energia conseguiu se manter vivo e forte mesmo durante esse período trágico da história mundial. “Macaé teve um comportamento atípico durante a pandemia. Ao contrário de muitas cidades, onde os hotéis foram fechados, aqui nunca chegamos a fechar. E sempre tivemos demanda”, lembrou Isabel.
“No início, a demanda de lazer, assim como em outros municípios, foi reduzida a zero, mas a demanda de negócios se manteve amparada principalmente pela necessidade de hospedagem das empresas offshore para quarentena pré-embarque. Isso fez com que a hotelaria macaense se mantivesse operando, algo fundamental para a manutenção financeira do setor. Isso permitiu que uma boa parte dos hotéis pudesse investir em melhorias. A gente viu vários hotéis que passaram por reformas, adequações, mudanças, etc”, completou a presidente do Macaé C&VB.
Atualmente, bons ventos guiam o setor na cidade, sobretudo por conta da vocação petrolífera de Macaé. “O cenário que enfrentamos hoje é de uma perspectiva extremamente positiva em relação ao mercado de óleo e gás por conta da valorização do barril de petróleo e da guerra da Ucrânia x Rússia, além da pressão para que o Brasil aumente a produção para suprir as demandas do mercado internacional”, pontuou.
“O otimismo é grande em relação ao público de negócios e essa perspectiva de crescimento da ocupação hoteleira em virtude do crescimento da demanda do setor de óleo e gás”, disse a empresária. “Além disso, há uma perspectiva muito grande de crescimento na parte de lazer”, acredita.
A alta temporada e as festas de fim de ano devem alavancar as visitas à cidade. “O verão está chegando e esperamos 30% a mais de visitantes em relação ao que tivemos no ano passado em função da programação de natal que a Prefeitura de Macaé está organizando, com diversos pontos turísticos sendo ornados para o natal”, analisa Isabel.
“Temos também uma perspectiva muito boa com o réveillon, em relação à programação da Prefeitura de Macaé. Temos, também, uma perspectiva de eventos culturais ao longo de janeiro, para celebrar o verão, e a gente percebe um aumento da procura pelo destino, buscando nossos atrativos, gastronomia e hotelaria – fatores primordiais – e por esses eventos”, visualiza a diretora da rede Royal em Macaé.
Crescimento e expansão – O setor de hotelaria em Macaé, que já é muito grande – é a segunda maior rede do estado do Rio de Janeiro – vê uma possível expansão para os próximos anos. Entretanto, empecilhos podem fazer com que esse crescimento seja menos pujantes que o potencializado.
“O mercado hoteleiro, de uma maneira geral, foi muito atingido pela a pandemia. A gente teve esse ponto fora da curva, que foi Macaé, mas as redes hoteleiras foram muito impactadas, e isso fez com que houvesse uma retração. Há um receio muito grande de continuar investindo já que passaram por mudanças muito grandes. Isso faz com que os investimentos à nível nacional ainda estejam tímidos. Os investidores tem medo de aportar em um segmento que não deu retorno na maioria dos lugares. Isso atrasa o potencial de crescimento”, avalia Isabel.
A legislação da cidade também pode fazer com que investimentos se retraiam. “Macaé tem uma particularidade que foi a mudança de uma lei municipal. A parte da orla não pode ter mais novas construções com seis andares, apenas três (além do térreo). Isso impacta na construção de novos hotéis na área mais nobre da cidade, porque faz com que os novos empreendimentos tivessem uma quantidade de quartos muito pequena já que não existem terrenos tão grandes à disposição”, lamenta.
“Mas, observando o mercado de petróleo e gás, há um potencial de crescimento muito grande nos próximos anos, principalmente até 2026. Em 2023, há uma perspectiva de crescimento muito grande no fluxo turístico, tanto de lazer, quanto de negócios”, conclui a presidente do Macaé C&VB.
Diálogo e Interlocução – O setor dialoga não só com outras instituições da iniciativa privada, mas também com o poder público. Há, segundo Isabel, um alinhamento com instituições como a Associação Comercial e Industrial de Macaé (ACIM), a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) na cidade, a Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Petróleo (ABESPetro), com a Associação Macaense de Contabilistas (Amacon), além da Comissão Municipal da Firjan.
“Hoje, todos os hotéis de grandes redes são vinculados ao Macaé Convention & Visitors Bureau e temos um alinhamento muito próximo com as demais instituições de Macaé. Existe o entendimento que o crescimento da cidade será de uma maneira muito homogênea”, acredita.
A presidente do Macaé Convention & Visitors Bureau também elogiou o alinhamento da iniciativa privada com o poder público em prol do crescimento da cidade. “Temos isso muito claro e por isso estamos tão unidos em prol do desenvolvimento do município e temos hoje o prefeito Welberth Rezende com um cunho desenvolvimentista muito forte”, elogia.
“Welberth é um fiel apoiador de todas as ações em prol do desenvolvimento do município – e ele acompanha isso de perto e é o foco do governo dele. Ele consegue entender que, a partir desse desenvolvimento, ele consegue beneficiar toda a cidade”, considera Isabel Tuñas Muniz.