Membros do Centro Umbandista Caboclo Sete Flechas, de Macaé, participaram da 15° Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, que aconteceu neste domingo (18), em Copacabana, na Zona Sul do Rio. O ato, que reuniu representantes de diversas religiões, teve como lema “Liberdade religiosa. Eu tenho fé!”, cujo objetivo foi combater o preconceito religioso e defender a diversidade e o direito de professar os diferentes credos, como previsto na Constituição brasileira.
“O mais importante é estarmos aqui. Queremos a liberdade de poder cultuar a nossa religião. Nós já sofremos intolerância nos nossos portões. Uma filha de santo de um babalorixá da nossa cidade também perdeu a visão por causa de um ataque a faca. Nós estamos aqui em luta pela vida de quem sofre com isso”, disse a mãe de santo Márcia Rocha.
Quem também comentou a participação no evento foi a mãe pequena do terreiro, Heloísa Lopes. Para ela, uma palavra reflete tudo o que é pedido: respeito. “Quando a gente vai para a rua a gente está mostrando a nossa fé, com nossas guias, nossas roupas, nossas vestimentas. Nós não temos vergonha de nos manifestar. Queremos somente respeito”, afirmou.

Dados do Observatório das Liberdades Religiosas (OLR) mostram que apenas no estado do Rio de Janeiro ocorreram pelo menos 47 casos de intolerância religiosa, em 2021. Neste ano, de janeiro a junho, foram 38 casos. Entre eles, ataques a terreiros de religiões de matriz africana, agressões físicas e ameaças virtuais.
“A caminhada está falando de democracia, de liberdade, de diversidade e do Estado laico, isso que ela faz desde o início”, afirmou o professor Babalawô Ivanir dos Santos, organizador do evento. A Caminhada em Defesa da Liberdade Religiosa, surgiu em 2008, em reação aos episódios de intolerância religiosa que aconteceram no Morro do Dendê, na Ilha do Governador.
Defensores das diversidades e membros de grupos sociais passaram a se unir e reunir, anualmente, para em prol da tolerância, da equidade e da pluralidade. Além das Caminhadas, os religiosos criaram a Comissão de Combate à Intolerância Religiosa (CCIR), que passou a ser um instrumento de acolhimentos e denúncias dos crimes de intolerância religiosa.
*com informações da Agência Brasil e do jornal ‘O Globo’