O futuro de investimentos na duplicação e intervenções de segurança do principal modal de transporte para a dinâmica produtiva das atividades econômicas do Norte Fluminense, a BR-101, foi debatido nesta quinta-feira (2) em Macaé, entre as instituições empresariais e integrantes do poder público que representam a base econômica da região, responsável pela retomada do desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro.
A nova licitação para administração da rodovia, já em planejamento no Ministério de Infraestrutura, foi pauta do encontro que contou com a participação de representantes da Arteris, empresa que anunciou a devolução da concessão do trecho de 322 quilômetros da BR-101 situados entre Campos dos Goytacazes até a Ponte Rio-Niterói, diante da inviabilidade econômica para cumprir todos os investimentos previstos pelo contrato assinado em 2008.
Para Macaé, o interesse principal é a garantir, através da nova concessão, a realização das obras de duplicação dos 46 quilômetros que ligam a cidade até Casimiro de Abreu, que corta área de preservação da Reserva Biológica da União (ReBio) e o ponto “sensível” situado no Brejo da Severina.
“A BR-101 possui um papel fundamental na consolidação dos mais de R$70 bilhões de investimentos da iniciativa privada previstos para o nosso Estado. E este encontro é essencial para debatermos medidas que precisam ser executadas para garantir segurança e intervenções necessárias na manutenção da rodovia no trecho que corresponde a Macaé”, destacou o Secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Rodrigo Vianna.
A elaboração da nova proposta de concessão já foi iniciada pela equipe da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) do governo federal que promove estudos sobre mobilidade e custos de operação da rodovia.
No planejamento apresentado pela EPL, a concessão do trecho Norte da BR-101 pertence ao chamado “Lote 1” que inclui também a BR- 356 que liga São João da Barra a cidade de Viçosa, em Minas Gerais.
“O nosso objetivo aqui é ouvir as necessidades da região, avaliar os cálculos sobre custos que impactam nos valores do pedágio e definirmos juntos o que é viável e necessário para ser executado. Outros encontros como esse serão realizados para que possamos apresentar o passo a passo desse planejamento e discutir todos os pontos necessários para a relicitação”, afirmou Rafael Antonio Cren Benini, diretor de planejamento da EPL. Pelo cronograma da Empresa de Planejamento e Logística, o novo leilão de concessão da BR-101 deverá ocorrer em fevereiro de 2024.
As demandas estruturais para a resolução dos principais gargalos de mobilidade da rodovia, como o trevo Rio-Manilha, além da adequação dos trevos de acesso a BR 101 à rotina das atividades econômicas da região, como a logística do mercado de óleo, gás e energia, foram apresentados pelo consultor técnico da Fecomércio RJ, Delmo Pinho. “Há questões importantes relacionadas à dinâmica econômica da região que precisam ser levadas em consideração neste novo estudo de concessão”, destacou Delmo.
O encontro reuniu também membros do Sebrae-RJ, dos Sindicatos do Comércio Varejista (Sincomércio) de Macaé, Rio das Ostras e Conceição de Macabu, além das instituições empresariais locais que compõem o Repensar Macaé, como a Associação Comercial e Industrial de Macaé (ACIM) e a Comissão Municipal da Firjan.